Texto de
Teste. Será escrito mais tarde. Texto de Teste. Será escrito mais tarde. Texto
de Teste. Será escrito mais tarde. Texto de Teste. Será escrito mais tarde.
Texto
de Teste. Será escrito mais tarde. Texto de Teste. Será escrito mais tarde.
Texto de Teste. Será escrito mais tarde. Texto de Teste. Será escrito mais
tarde.
Ótimo, chega de protelar!
Ser escritor
é um sonho que eu cultivo dentro de mim desde que eu era criança e ainda nem
sabia escrever. Uma das lembranças de infância mais remotas que eu tenho é
justamente a de alguns caderninhos que eu tinha nos quais eu “escrevia”
histórias em quadrinhos que, na verdade, eram apenas sequências de vários
desenhos que, mesmo sem conter palavras, contavam uma história. Com o passar
dos anos, à medida que eu ia amadurecendo, as histórias que eu imaginava também
evoluíam e aquilo que uma vez foi uma ideia bastante desenvolvida de um desenho
animado com personagens caricatos se tornou uma ideia mais consistente de seriado
com personagens um pouco mais realistas e, atualmente, é a ideia de alguns
livros adultos que pretendo começar a escrever muito em breve. Eu digo que as
ideias de roteiros de desenhos animados que eu tinha quando criança eram
bastante desenvolvidas porque, de fato, eu passava horas do dia absorto em meus
pensamentos imaginando os episódios, os personagens, as sequências de episódios
etc. Entretanto, apesar de elaborar vários roteiros na minha mente, eu tive
pouquíssimas experiências nas quais eu tive a iniciativa de colocar alguma ideia
no papel.
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Uma das primeiras inspirações P.S. - Esse não era o meu hamster) |
A
experiência mais relevante que eu tive como escritor até hoje ocorreu por volta
dos 11 anos de idade, quando eu tive a ideia de escrever um livro de contos infantis
sobre hamsters (na época eu tinha um hamster de estimação e esses bichinhos
exerciam um grande fascínio sobre mim) e cheguei a colocá-la em prática. Lembro
que eu escrevi uns oito ou dez contos, todos com mais ou menos oito páginas, com
tramas relativamente bem estruturadas, tendo em vista a idade do autor, e que na
época eu fiquei bastante satisfeito com eles. Não sei se todos os contos eram
realmente bons e se agradariam a um bom número de pessoas além de mim, mas um
dos contos, que se chamava "Um hamster perdido em Nova York" (esse é
um dos poucos cujo trama eu ainda me lembro com um pouco de clareza e contava a
história de um hamster que decidiu fugir da casa onde morava para conhecer o
mundo e acabava passando por muitos apuros até se arrepender e querer voltar
pra casa) eu sei que tinha potencial para fazer sucesso, pois, alguns anos mais
tarde, eu utilizei a ideia dele em um trabalho de Língua Portuguesa no qual
tínhamos que criar um livro com ilustrações e a ideia foi imediatamente aprovada
pelos colegas de grupo e pela professora. Infelizmente, o livro de contos que
eu havia escrito com caneta Bic em folhas pautadas acabou se perdendo (ou eu
disse pra minha mãe colocar no lixo, pois na época eu não tinha noção de que
aquilo poderia ser uma recordação do início de um talento que poderia ser
desenvolvido futuramente) e o livro escrito para o trabalho de Língua
Portuguesa ficou exposto na biblioteca da escola durante alguns meses (junto
com outros livros criados pelos outros alunos) até desaparecer.
Após isso,
as minhas únicas experiências práticas como escritor foram em pequenos
trabalhos de produção de textos na escola e na faculdade (alguns textos muito
criativos e bem escritos, outros nem tanto...), porém as ideias de grandes
histórias continuavam surgindo na minha mente e se transformando em novas
ideias de histórias ainda melhores e mais maduras. Durante muitos anos, eu
acreditava que possuía algum tipo de bloqueio criativo que me impedia de
colocar todas essas ideias no papel, até que há algumas semanas atrás uma entrevista
muito interessante publicada no jornal Zero Hora me fez perceber que o que me
impedia de (re)começar a buscar o meu antigo sonho de ser escritor poderia ser
algo muito mais fácil de se resolver do que um bloqueio criativo: a preguiça.
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Charles Watson |
A tal entrevista
da Zero Hora, intitulada "A preguiça bloqueia a criatividade" e publicada
na edição do dia 31 de maio de 2014 (e que eu pretendo guardar comigo pelo
resto da vida, ao contrário do que acabei fazendo com os meus livros infantis),
foi feita com o professor escocês Charles Watson, que leciona na escola de
Artes Visuais de Parque Lage, no Rio de Janeiro, desde 1982. Na entrevista,
Charles defende a ideia de que o talento (ou o dom divino para se fazer algo)
não existe e que os grandes artistas, assim como os grandes estudiosos e
atletas, surgem devido ao contato intenso que têm com a sua área de atuação.
Segundo Charles, até podem existir pessoas com alguma habilidade inata para
fazer alguma coisa, porém pouquíssimas dessas pessoas crescem para fazer uma
vida criativa. Na opinião do artista e educador, todo mundo tem ideias, porém poucas pessoas
decidam concretizá-las. O que diferencia alguém que faz a diferença é o prazer
que essa pessoa sente em fazer aquilo a que ela se propõe e a tolerância que essa
pessoa tem a uma grande quantidade de trabalho, ou seja, as pessoas criativas
são sujeitos que estão passionalmente envolvidos com aquilo que fazem e cuja
meta não é necessariamente o produto final de seu trabalho, mas sim estar
fazendo aquilo que lhes traz significado.
Entre tudo o
que eu li na entrevista, o que mais me chamou a atenção e que me despertou para
urgência de começar a escrever os romances que tenho em mente foi a parte na
qual Charles Watson diz que as ideias especiais que temos não são exclusivamente
nossas. Segundo ele, "quando você tem uma ideia que acha muito especial,
pode contar com o fato de que outras 250 mil pessoas tiveram essa ideia. A
diferença está em quem decide concretizá-la e isso envolve intenso trabalho.
Quando você lê o trechinho de um romance que te toca muito, em nove de 10 vezes
isso ocorre porque também é uma coisa que você pensou ou sentiu. A diferença é
que o mestre menciona isso, enquanto você deixou passar. O papel do escritor,
do artista ou de qualquer pessoa envolvida em atividades criativas, é colocar
um farol nas coisas que ficaram cinzentas na vida."
Ao fazer
essa afirmação, Charles Watson despertou um temor que eu tenho desde pequeno,
quando eu era apenas uma criança imaginativa que elaborava desenhos animados
mentalmente: de que alguém tivesse alguma das minhas ideias e a colocasse em
prática antes de mim. Coincidentemente, uma semana antes eu quase enfartei
assistindo a uma cena da novela Geração Brasil que mostrava um personagem
secundário cuja trama lembrava um pouco a do protagonista de um dos três livros
que eu pretendo escrever.
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SURPRESA!!!!!! |
O livro que
pretendo começar a escrever em breve, cujo título provisório é O quarto irmão, conta a história de um
garoto do interior do Rio Grande do Sul chamado Tomás que, após conflitos com a
família, decide ir embora para Porto Alegre e, anos mais tarde, encontra um
sobrinho que não conhecia (não citarei muitos detalhes da obra pra não estragar
a surpresa caso o livro seja publicado algum dia). Eu perdi o hábito de ver
novelas há um bom tempo (cá entre nós, depois que você assiste a umas duas
novelas de cada autor, pode-se dizer que você já viu todas, pois eles costumam
se repetir bastante), mas fiquei curioso para dar uma olhada em Geração Brasil
por causa de um ator chamado Rodrigo Pandolfo (caso um dia façam uma adaptação para
o cinema do livro que eu ainda nem comecei a escrever, é ele que eu imagino ser
o ator mais apropriado para interpretar o Tomás). Quando eu comecei a ver as duas
primeiras cenas do personagem do Rodrigo Pandolfo nas quais ele tinha um pouco
mais de destaque, meu Deus, ... tio que descobre sobrinho (supostamente) muito
parecido com ele... Tomás... tio que não se dá bem com o irmão... sobrinho
acaba adorando o tio... tio que viajou de um lugar distante para se afastar do
irmão... Putz, pensei imediatamente que o personagem da novela era igual ao
Tomás de O quarto irmão e que teria
que desistir da ideia do livro porque ele poderia ser considerado um plágio da
trama do personagem secundário da novela das sete. Após o susto, decidi
procurar informações no site da novela para ver até onde iam as semelhanças
entre as tramas e se o livro que eu vinha elaborando há anos seria desperdiçado
por causa de um personagem secundário da novela das sete.
Depois de
analisar calmamente as informações encontradas sobre o personagem, eu
finalmente pude respirar aliviado. O personagem da novela, chamado Shin-Soo (na
novela, Tomás era o nome do sobrinho), apresentava muitas características que o
distinguiam bastante do Tomás de O quarto
irmão. Pra começar, Shin-Soo é um jornalista famoso, enquanto que Tomás
começa a trama sendo um adolescente que trabalha como balconista em uma
farmácia e termina como professor de literatura. Na novela, o Shin-Soo conhece
o sobrinho quando ele é criança, enquanto que em O quarto irmão, Tomás conhece seu sobrinho quando ele já é
adolescente (ou seja, a relação que se dá entre eles é mais madura e sustentada
por afinidades e interesses em comum). Além disso, em O quarto irmão, tio e sobrinho
se dão conta de que são parentes antes do resto da família de Tomás, ao passo
em que, na novela, quem percebe o parentesco é a mãe da criança e o próprio
tio. Isso sem falar que todo o tom caricato, fantasioso e afetado do personagem
da novela (o personagem deixa no ar a dúvida se ele é gay ou apenas um cara
excêntrico) contrasta totalmente com o clima melancólico, realista e profundo
que pretendo dar ao meus personagens.
Esse susto e
a entrevista do Charles Watson me deram um recado muito claro: comece a colocar
em prática logo as suas ideias antes que outras pessoas tenham ideias iguais as
suas (ou ideias muito parecidas, porém pioradas) e as coloquem em prática
antes! E é justamente aí que entra a criação do blog A Urgência do Agora. Eu
decidi criar esse blog para ser uma espécie de repositório onde postarei
crônicas, contos, resenhas, trechos de possíveis livros e outros tipos de
textos. Enfim, esse blog foi criado para ser uma espécie de estímulo extra para
o meu sonho de ser escritor. O nome do blog é uma referência à música
"Tonight, tonight", da banda estadunidense The Smashing Pumpkins (na
minha história, essa seria a banda favorita do sobrinho de Tomás), que fala
sobre amadurecimento, transformação e a importância de acreditarmos em nós
mesmos, em nossos sonhos e na urgência resoluta do agora.
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Você concorda com as opiniões de Charles Watson sobre talento
e criatividade? Você já teve alguma ideia que considerava ótima e acabou vendo
outra pessoa colocá-la em prática antes de você? Há algum tipo de atividade ou
objetivo que você sempre teve muita vontade de fazer e acha que poderia fazer
muito bem, mas que vive deixando para depois e nunca começa? Compartilhe suas
ideias e opiniões nos comentários!
Recomendo também esse vídeo com a entrevista que o Charles Watson concedeu para o Programa do Jô.
Abraços!